top of page

Solitário vampiro

Em

Ilusão ou sonho

 

Tenho sonhos ou ilusões de viver um amor-perfeito com ela, sei que muitos de vocês já a conhecem, mas, para aqueles que estão lendo agora, eu refiro-me à Princesa Maharani, o amor da minha vida…

Os meus sonhos ou ilusões me levam a crer em uma visão que não consigo tirar da minha mente e, sobretudo, do meu coração, que, a cada dia, sinto-me cada vez mais apavorado.

Minhas visões começam com uma carta dela, dizendo que o nosso momento chegou, que, a partir de agora, poderemos viver nosso amor sem que haja algo que nos impeça. Em seguida, vejo-me indo até ela.

Pego-a nos meus braços e, como nunca havia feito, a beijo, te aperto, te amo, te dou prazer, te faço a mulher mais importante do mundo, e faço isso por dias, anos, ou até que a eternidade decidir que devemos continuar nosso amor.

Tenho visões de momentos belos, de passeios a lugares que conhecemos e queremos mostrar reciprocamente a nossa visão daquilo que achamos perfeito nos lugares. Apresentamos as nossas comidas e bebidas favoritas e, é claro, conhecemos novos lugares, comidas e bebidas juntos.

Sonhos com o nosso casamento, a nossa lua de mel e com as crianças que nos chamam de pais, uma família perfeita, brincando em um dia ensolarado num parque fazendo piquenique.

Tenho sonhos de viver uma vida assim com ela ou tenho a ilusão de acreditar que isso poderia acontecer de verdade. As nossas vidas estão opostas no momento em que ela vive e seu casamento quase perfeito. Nos seus momentos de tristeza, ela envia a suas cartas jurando seu amor por mim, me dizendo querer estar perto de mim ou perto dela, dizendo querer cuidar de mim. Em alguns momentos em que peço para te ver, ela tenta encontrar em sua agenda de compromissos um momento para me dar um mínimo de atenção. Embora possa estar sendo injusto com você, princesa Maharani, eu preferiria que você me matasse de uma vez só do que a minha morte gradualmente.

Ter a certeza de que poderia ter você ao meu lado, mas isso nunca acontecerá é o mesmo que me prender de cabeça para baixo com os pulsos cortados, esperando que eu perceba o que está acontecendo. Estou morrendo bem devagar, então, se for me matar, faça com vontade e não por medo de se arrepender depois.

Deixe-me ensinar-lhe uma última lição: não há uma maneira de se amar duas pessoas da mesma maneira. Você pode ter me amado muito no passado e, ao nos reencontrarmos em nossos momentos juntos, resgatar aquele sentimento bom que tínhamos juntos. Ao retornar ao castelo, percebe que o coração está com Khalith. Dessa forma, concluo que você tem uma lembrança de um amor de romance comigo que você não tem mais.

O que está escrito não será desfeito, não haverá arrependimentos ou mágoas, mas sim boas recordações de lindos momentos que vivemos momentos atuais. Portanto, despeço-me com muita dor e espero que você seja feliz no seu amor atual.

Solitário vampiro

Em

Saudades

 

Com o decorrer do tempo, conheci e senti diversos sentimentos, por esses longos 390 anos, mas nenhum se compara às saudades…

Sinto falta de recordar quando era apenas um homem, vivendo em uma aldeia sem perspetiva de um futuro promissor, quando as únicas coisas que eu tinha que me preocupar eram com meus afazeres, obrigações e prazeres.

Sinto falta do meu pai, que faleceu recentemente, deixando saudades de seus conselhos e sabedoria, que só ele possuía, e das suas críticas a tudo o que acontecia, como costumava dizer, “não é tudo o que desejamos, mas é muito mais do que merecemos”. Te amo, pai, em qualquer lugar que você esteja.

Sinto falta dos amigos que nunca mais verei, pois suas vidas diferiram, os levaram a lugares que não voltarei, mas sei que foram para o bem deles suas decisões e sentirei mais saudades daqueles que nos deixaram.

Sinto falta de momentos em que passei em lugares que nunca mais serão os mesmos. Sinto falta do aroma do amanhecer ou do entardecer, pois tenho que me contentar com os aromas que a noite me proporciona, especialmente de uma flor dama da noite.

Sinto falta dos amores que tive ao longo da minha existência, pois, devido às nossas diferenças, nos conduzimos a caminhos distintos nas nossas diferentes existências. Que os seus caminhos sejam iluminados e abençoados em qualquer lugar que estejam.

Sinto falta dos animais que fizeram parte da minha vida e me ensinaram a respeitar ainda mais seus semelhantes, não importando se são ferozes ou feiosos, pois todos merecem ser amados de verdade, por ser só assim que eles sabem nos amar.

Sinto falta de pessoas que poderiam ter se tornado grandes amores ou grandes amizades, mas que, por algum motivo do destino ou por questões da minha personalidade vampírica, os assustaram de alguma forma.

Sinto falta da minha Princesa Maharani, pois, dentre todas as suas reencarnações, essa foi a que mais me amei e ainda me sinto amada e a amarei até o fim da minha existência. No entanto, a distância nos afasta cada dia e aumenta a cada ano em que não passamos juntos e entregamos ao nosso amor. Nas suas cartas, demonstra-se o seu amor. Ao ler essas mesmas cartas, sinto o seu perfume, a sua energia, as suas tristezas, as suas saudades, o seu amor e a sua raiva. Nos meus sonhos, tenho a pretensa e breve esperança de uma vida ao seu lado, mas nunca terei certeza de que viverei esse amor. Estou escrevendo para expressar a minha profunda admiração por você. Tenho um grande amor e, acima de tudo, desejo que os seus sonhos sejam realizados conforme o seu desejo. Tenho plena convicção de que, se for a vontade do universo, estaremos novamente juntos novamente.

Enfim, não tenho certeza do que fazer com esse sentimento de saudade. Ela está presente em praticamente todos os momentos da minha vida e, cada vez que surge, é uma chicotada na minha alma. Deve ser o meu castigo viver assim…

 

Solitário vampiro

Em

Irmão de alma

 

Assim como em amizades para sempre, neste texto estou dedicando-me exclusivamente a um homem que se tornou um grande irmão para mim. Hoje, contarei a história do começo do meio e espero que nunca chegue o fim desta irmandade que criamos juntos.

 Enquanto andava devagar com a princesa Maharani, ela se lembrou de que precisava ver uma pessoa e, sem hesitar, aceitei acompanhá-la até esse encontro. Ao chegarmos ao local, tive a oportunidade de conhecer o Príncipe Mikhail Baranovsky, também conhecido em algumas partes do mundo como: O Feiticeiro de Bucareste, Registro do Grande Arquivo: Ele é o flagelo da Rússia — insano e perigoso! Um vampiro, assim como eu, saudei-o com um aperto de mão, conversamos por alguns minutos e achei interessante manter contato com ele.

Nos dias seguintes, nos comunicamos por cartas, até que um dia qualquer o convidei para vir ao meu castelo e, naquele instante, percebi que nossa amizade estava se tornando pura. Havia muitas coisas em comum, muitas delas ligadas ao nosso modo de viver. Amamos as mulheres e as respeitamos como devem ser, assim como eu. Ele tem um coração até maior que o meu, ao ajudar as mulheres a voltar a sorrir com um trabalho espetacular. Ele é um feiticeiro e dos bons.  Tenho muito respeito pelo seu trabalho, para poder responder essa pergunta a vocês que estão tendo como ele faz as mulheres sorrirem. 

Ele remove as feridas da alma, feridas que, de alguma forma, marcam nossas vidas eternamente. Trabalho não é para qualquer um, ele é um vampiro foda.

A cada dia que passamos, nos tornamos mais próximos e, com isso, descobrimos que sofremos do mesmo mal, mulheres que não estão preparadas para nosso amor, meu amor pela princesa Maharani e o amor dele pela princesa Anuskha. Dessa forma, acabamos nos ajudando a lidar com as tristezas e decepções desses amores que não nos compreendem.

O príncipe Mikhail tem uma coisa mais importante que qualquer outra nesta vida, sua filha, a Princesa Alexandra do Vulcão de Twitter. O seu melhor amigo é um cachorro chamado Quil e seu pior inimigo é aquela fada malvada que seus pais não convidariam para o seu batizado. Uma adolescente que enche os olhos de orgulho e felicidade, mas ela também me conquistou e agora tem um tio chato que a pegará em seu pé.

Mikhail e eu conversamos, nos aconselhamos e aprendemos um com o outro todos os dias. A sua história é triste, mas também superação, e eu respeito-o muito, pois o anjo da morte não pegou leve com ele, perdendo pessoas em sua vida e sei que colocaram pensamentos para desistir de tudo, mas a sua vontade de viver é maior e isso o torna um grande irmão.

Tendo em vista tudo o que lhe aconteceu, decidi acreditar na sua causa. Então, resolvi ajudar de forma mais eficaz para aumentar a ajuda a mais mulheres. Sei que não é muito perto do que ele faz, mas queria saber que, se precisar, estarei lá.

Com o decorrer do tempo, o meu amor de irmão por ele só aumenta a cada dia. Só espero que essa irmandade seja eterna, assim como nossas vidas nesta terra. Deixo esta carta de hoje para vocês com uma felicidade que o criador tem. A felicidade começa lentamente, sem importar de onde venha.  

parte 1 

Príncipe Mikhail(Gil Miranda)

Princesa Alexandra( Aurea Miranda)

Princesa Anuskha(anonimo)

Princesa Maharani(anonimo)

Solitário Vampiro

Em

O casamento do amor imperfeito

 

O casamento é um momento mais feliz para algumas pessoas, mas, para outras, pode se tornar um momento de infelicidade. Fui casado um dia, mas minha história, contarei e deixarei para vocês decidirem se fui feliz ou não.

Há 120 anos, estava na taverna, tomando um vinho com meus companheiros de noite, quando Eleonor Lake, uma amiga que vocês já viram em meus textos, surgiu com uma amiga, Lady Drusilla Fuchs, também conhecida em algumas partes do mundo como: A Arquiduquesa da Pérsia. Ela é um espírito inquieto que nunca encontrará paz! Naquele instante, apaixonei-me perdidamente por ela. Era tão bonita, alta, morena, de cabelos negros e olhos da mesma cor. Conhecemo-nos, nos beijamos, nos acariciamos e acabei a acompanhar até a sua residência.

No dia seguinte e nos dias que sucederam aquele e muitos outros, enviei algumas cartas, mas elas nunca foram respondidas. Ao questionar Eleonor sobre o sumiço dela, ela me chamou de louco e, simplesmente, me chamou de monstro. Naquele momento, não entendi nada, pois um dia somos enamorados e, no dia seguinte, sou taxado como um monstro. Fiquei com muitas perguntas em minha mente, mas também com saudades de seus beijos e abraços.

Com o decorrer do tempo, compreendi os motivos dela. Ela era prometida a outro homem, Orsino Firebrand, um Feiticeiro que nasceu durante o festival de Litha no auge do solstício de verão. Ele poderia lançar magia negra para enganar e manipular, além de poder, conversar com os espíritos. Fiquei com os meus sentimentos adormecidos por ela por 20 anos.

No dia em que eu comemorava meu aniversário, recebi uma carta dela, dizendo desejar um feliz aniversário e que gostaria de me encontrar. Aconteceu o nosso encontro, conversamos, nos conhecemos por inteiro e, assim, começou nosso romance que duraria 100 anos.

O namoro teve alguns altos e baixos, algumas brigas e discussões, mas nada que não pudesse ser resolvido. Namoramos por 60 anos e, então, resolvemos nos casar. Foi uma festa agradável, com convidados, familiares e pessoas queridas que nos queriam bem. Mas, de fato, o casamento foi o que nos separou, pois tivemos brigas piores e muitas outras discussões serias.

No entanto, nem tudo no relacionamento é apenas brigas. Tivemos momentos de felicidade, de certa forma. Ela ajudou-me muito a encontrar Perdão para as pessoas que achava que não mereciam e pedir perdão pelas coisas que fiz. No entanto, com o decorrer do tempo, o nosso relacionamento se desgastou e, quando os momentos eram para ser de felicidade, já não fazia mais sentido gastar nosso tempo tentando torná-los realidade.

Após 100 anos juntos, percebemos que a única solução para não nos machucarmos mais seria nos separarmos para tentar sermos amigos, mas sei que o momento não é o melhor, mas quem sabe um dia possamos ser amigos. Agora responderei a vocês fui feliz ou não em meu casamento. Amei-a e ela também me amou. De certa forma, fomos felizes no tempo em que estivemos juntos. Sentimentos de tristeza não estão mais presentes em meu coração. Hoje, apenas a felicidade de ter conhecido alguém como ela. Tive sorte. Agradeço imensamente a Lady Drusilla por permitir-me ser parte da sua vida por 100 anos e, até nos encontrarmos novamente, desejo toda a felicidade que você merece.

 

Lady Drusilla (anônimo)

Orsino Firebrand (anônimo)

Eleonor Lake (Daniele Romano)

Solitário Vampiro

Em

Um dia após o outro…

 

Um dia após o outro… Mais uma noite escura, na minha amaldiçoada vida eterna, que aqui me encontro, sem teus beijos e abraços longos e calorosos. Fico em angústia infindável, à espera de sua volta, na esperança de que irei te reencontrar. Aqui estou, sentado em seu tumulo, sofrendo e saboreando um vinho doce e refinado.

Um dia após o outro… Aqui estou eu, outra vez, em cima do seu túmulo, olhando para o céu estrelado. Contudo, o que importa mesmo é a lua, que reflete a imagem da pessoa que mais amo em toda a minha vida. Será que só ela consegue iluminar as minhas noites?

Um dia após o outro… Qual o maior incômodo? Amar e saber que a pessoa não sente o mesmo por você ou amar e saber que a pessoa nem sabe da sua existência…

Um dia após o outro… Dado que o amor é algo que une as pessoas, é claro que não existe sentimento mais puro que o amor de um ser pelo próximo.

Um dia após o outro… Vejo-me como um mendigo, pedindo comida. Tudo o que estou pedindo é um pouco de amor. É difícil achar amor no mundo de hoje. Só se fala em relacionamento casual. Mas, como o meu falecido pai costumava dizer: nos tempos antigos, namorava-se e casava-se; atualmente, apenas se namora… queria saber o que o futuro nos reserva?

Um dia após o outro… Jamais pensei que seria tão bela, nunca pude tocá-la, nem mesmo beijá-la ou sequer olhar em seus olhos e poder dizer tudo… terei condições de expressar tudo? 

Um dia após o outro… A quem o destino pertence? Muitos afirmam que pertencem a Deus. O meu destino foi alterado sem permissão e direi a quem pertence. Tenho longamente tentado modificar o rumo da minha existência, e, a cada dia que transcorre, dou-me conta da dificuldade de lidar com tantas mudanças. É difícil ver a pessoa amada se afastar. Destino infeliz.

Um dia após o outro… Nas minhas caminhadas, minhas corridas, tropeções, tombos e esforços, percebo o quanto sou forte, mas sem você ao meu lado, sinto-me fraco. Já o procurei em suas novas formas de vida e, infelizmente, notei que muito tempo se passou desde o nosso último encontro. Por que não concordaram em serem minhas?

Um dia após o outro… Enquanto vagava sem destino, pensei nas pessoas que já cruzaram o meu caminho, lembrei-me de seus nomes e de como as conheci.

Um dia após o outro… As pessoas são tão cruéis, sempre querendo ser melhores que os outros. Por que será?

Um dia após o outro… Devo arriscar novamente o coração num relacionamento ou permanecer sendo somente um amigo?

Um dia após o outro… Tentar esquecer só me faz lembrar como tudo começou. É doloroso saber que abandonei tudo o que tinha para levar essa existência de isolamento…

Um dia após o outro…  Durante toda a minha vida, procurei o amor ideal e, quando o encontrava, deixava-o escapar. Aqui estou eu, mais uma vez, mergulhado em meus pensamentos profundos e sombrios, mais uma vez deixei-a abandonar-me…

Um dia após o outro… Sinto-me mergulhado em meus pensamentos e sofrimentos, pois, ao longo de todo esse tempo que tenho escrito para vocês, não tive nenhum momento de alegria em minhas histórias ou em meu coração. Pretendo que nos anos seguintes possa-me dar um pouco de alegria. Como sou parte da personalidade do meu criador e sei que há um rastro de alegria em seu coração, mas ele prefere me ver forte o bastante para desabafar suas angústias. No entanto, lutarei para que meu criador sorria de alegria e possa, de alguma forma, expressar os seus sentimentos. Agradeço antecipadamente por ser criado e ao meu criador. Parabéns pelo nosso dia. Sem você, nunca teria existido um Feliz aniversário. Pai!  

 

 

Solitário vampiro:

Em

Medo da morte

 

Acordei de um sonho ruim e acordei chorando. Irei lhes contar sobre ele. Tive muitos medos na minha vida, mas nenhum se compara ao medo da morte. É muito estranho falar isso, pois já estou morto por dentro, mas não é assim que meu medo se manifesta, mas o que pode acontecer com a minha morte na vida das pessoas de certa forma.

Quando me tornei o que sou hoje, sei que não tive medo, mas sim um alívio no coração do peso que carreguei por toda a vida, e dessa forma não tive medo pelas pessoas que estavam ao meu redor. No entanto, com o decorrer do tempo, fui conhecendo pessoas maravilhosas que se identificaram com a minha história e eu a delas. Acabei tendo um amor por elas e, atualmente, me vejo em uma situação em que tenho medo de que a minha ausência possa ter um impacto negativo nas vidas delas.

Com o decorrer do tempo, criei um castelo para as pessoas poderem se encontrar para se divertir. Adquiri uma fortuna que pudesse ser mantida nesse lugar pelo tempo que fosse necessário. Não pude ter um herdeiro que passasse essa tarefa para ele, assim como meu velho pai me deixou a missão de continuar de onde parou.

Não estou aqui para me despedir de ninguém, mas apenas queria lhes contar um sonho que tive do maior medo que tenho: deixar dor, saudades nos corações das pessoas, pois não é sentimento que quero deixar para elas, mas sim boas lembranças, bons momentos para serem lembrados sem a dor da falta que possa, de certa forma, deixar. Não sei para onde vou ou se estarei preso neste mundo, apenas espero que as pessoas que amo estejam felizes e se divertindo, mesmo depois da minha partida. Por favor, cuidem com o mesmo amor que sempre dei aos meus filhos peludos. Tenho seis animais como filhos e me preocupo com eles, mas apenas quatro deles morarem comigo. Eles serão os que mais sentiram minha falta. Peço que me amem como se fossem filhos de vocês.

 Mas, apesar de ser apenas um sonho, os sonhos existem para nos lembrar dos medos que temos em nossa vida.

 

Solitário vampiro

Em

Carma do amor

Hoje, contarei a história dela, a mulher pela qual existo. Decorridos 13 anos desde o seu último encontro, reencontrei-a numa situação muito diferente das outras e desesperadora para mim. Então, vamos à história que contar-vos-ei desde o início.

A história tem início em 1651, quando eu tinha apenas 18 anos. Sim, nesta época eu ainda era um mortal, pois já lhes contei a história da minha transformação. Mas, voltando à nossa história, eu visitava um grande amigo, Murdock Dapple, um príncipe da região do meu vilarejo que não o vejo há muito tempo. Quando entrei no seu castelo, tive uma boa sensação vindo da sala do chá da tarde, sim, sentia a boa sensação por ser um mago muito poderoso. Ao aproximar-me, deparei-me com algumas mulheres que faziam parte do círculo de amizade da irmã de Murdock, a Princesa Cherry. Mas, dentre tantas mulheres, uma me chamou a atenção, aquela que um dia chamaria do meu amor.

 

Então decidi que me dedicaria somente a ela e a ninguém mais. Descobri que ela morava numa torre de perder de vista, mas que, perto dela, havia um jeito de poder-lhe olhar debruçada na janela dos seus aposentos. Era incrível, perdia as minhas noites para lhe olhar por dias, trocava o dia pela noite só para lhe ver, nada muito diferente do que vivo atualmente. Todas as manhãs, ela saía para fazer as suas caminhadas matinais e sempre o acompanhava. Até que, um dia, seu pai, um dos grandes reis, o seu nome é Alexander, O Salvador. Ele descobriu que a filha estava comigo nas suas caminhadas. Assim como um bom pai, começou a acompanhá-la. Perdi a hipótese de estar nas suas caminhadas, mas o que me consolava era que ainda podia conversar por cartas e vê-la todas as noites na sua torre.

 

Uns dias, sumi da sua existência e, sem deixar vestígios e respostas para suas perguntas, aconteceu o que me transformou no vampiro que sou hoje. Foram tempos difíceis e sombrios, mas como consegui sobreviver se não vocês nem teriam como saber as minhas aventuras. Quando voltei dos mortos, fui atrás da minha princesa, que agora estaria 2 anos mais velha e receberia um baile. Diante disso, pedi para meu grande amigo Príncipe Murdock me convidar para o baile, apesar de ter sido relutante por saber que eu era um vampiro. Ficou confiante que eu não mataria ninguém por ao sangue. Então chegou o dia do Baile, que estava lindo e, com toda a certeza, ela estava maravilhosa, como de costume, acompanhada pelo rei Alexander, O salvador, a rainha Maligne, A raposa e também a sua tia Chiartixandra, A Grande. Todos estavam bem vestidos e animados com o baile, mas eu só tinha olhos para ela. Quando consegui chegar perto dela, parecia que todos os outros estavam sumidos e somente ela e eu existíamos.

Nesta noite, conversamos, nos abraçamos, dançamos e, mais uma vez, parecemos conectados. Voltamos a conversar e trocar as nossas cartas. Em uma das suas cartas, ela me disse que iria viajar para passar as festas de fim de ano em outra cidade e que gostaria muito que eu fosse. Sem hesitar, falei que iria com ela para qualquer lugar. Assim, combinamos a nossa viagem juntos. Iríamos à carruagem da sua tia, somente os três. Quando chegamos ao dia da viagem, nos encontramos no lugar marcado para partida. Até aquele momento, tudo parecia perfeito. Ao chegarmos no vilarejo vizinho, deixaram-me na hospedagem.

 

Vemo-nos com a sua família por três dias, o que era a condição para estar ao seu lado. Em seguida, fomos para uma caminhada tranquila, mas, quando nos deparamos com a situação, estávamos longe da sua família. A desgraça novamente caiu sobre mim. O seu pai Alexandre, o salvador, nos encontrou. Com a sua expressão de raiva, mandou a sua filha para casa. Apesar de desculpar-me pelo ocorrido, ele não me quis ouvir. Disse com palavras bem claras que não que eu fizesse parte da vida dela e que eu nunca teria nada para lhe fornecer… Depois, mandou-me embora sem que eu o pudesse…

Quando voltei para o vilarejo, perdi completamente o contacto com ela. As minhas cartas já não eram mais respondidas, na janela já não conseguia enxergar a sua presença. Fui a viver a minha vida da melhor maneira possível. Muitas vezes, pensei ter observado a sua imagem, mas era apenas uma forma da minha mente me torturar. Com o tempo, apenas acompanhava a sua imagem refletida na lua, como sempre disse nas minhas cartas.

Após cinco anos, reencontrei-a por carta recebida, querendo saber se ainda estava vivo, mas, de certa forma, sim e não. Voltamos a nos corresponder por cartas. Um dia, nos vimos e todo aquele sentimento adormecido dentro do meu coração revisitou. De certa forma, ela também. Sem hesitar, nos beijamos e tivemos uma noite maravilhosa juntos, assim como outros dias que sucederam aquele, mas nem tudo era flores. Ela não morava mais no nosso vilarejo e se mudou para a cidade…

 

Um dia, parei de responder as suas cartas, pois montava a minha Taverna (spoiler para um próximo texto) então recebi uma carta sua reclamando da minha falta repentina. Sei que poderia ter resolvido a situação naquele momento, podendo ter ficado juntos, não nos veríamos com tanta frequência, mas poderia ter ficado ao lado dela. Mas, pensando bem, ela era uma princesa e eu um vampiro, como poderia dar certo isso? Então sacrifiquei o meu amor para que ela tivesse a oportunidade de encontrar alguém muito melhor do que um vampiro feiticeiro de um vilarejo e dono de uma taverna.

Após 13 anos sem saber dela, sem vê-la, reencontrei-a enviando uma carta sem ter certeza de que haveria uma resposta. A resposta foi amigável.

 

Começamos a nos corresponder e queria saber sobre a sua vida nos últimos 13 anos. Ela casou-se duas vezes e, nesse momento, estava no seu segundo casamento e muito feliz com o Khalith, a Vingança. Continuamos a nos relacionar e contei-lhe sobre o que aconteceu na minha vinha durante esse tempo, até que um dia lhe convidei para tomar um vinho. Ela aceitou, meio relutante. O dia chegou e encontramo-nos numa taverna. Conversamos por horas até que ela pediu um abraço. Não foi muito produtivo, pois eu estava bem controlado até aquele momento. Mas, a partir daquele abraço, meu coração, que já não batia no peito, acelerou como se estivesse conectado ao dela e, a partir desse dia, começamos a nos ver cada vez mais. E, o que não poderia ter sido diferente, nos beijamos e dias depois passamos a noite juntos, conectando os nossos corpos novamente. Mas não estava certo o que estávamos a fazer, mas estávamos envolvidos e estamos muito envolvidos. Nesse exato momento, ela se encontra numa encruzilhada sem fim, amando dois homens e comprometida com um que não sou eu. Agora, ela está no seu castelo a pensar no que fazer da sua vida para escolher um caminho. Enquanto isso, estou no meu castelo sem ter ela ao meu lado e esperando por uma resposta sua.

 

E hoje penso em tudo que aconteceu na minha existência e nas reviravoltas que me levaram até aqui. Se o pai dela visse-me hoje, falara-lhe, obrigado por me incentivar a mudar o meu destino. As palavras dele fizeram-me mudar quem sou, sim, continuo a ser vampiro, mas sou um mago muito mais poderoso, rico, tenho os meus castelos espalhados por todos os cantos e com possibilidades infinitas de crescer ainda mais. Muito obrigado Alexander, O salvador. Apesar disso, ao falar da minha princesa, acho que deveria sacrificar novamente o meu amor por ela. Não é justo com ela ter que tomar essa decisão, uma vez que a sua vida está de certa forma decidida. Ela já o ama, então, por amor a ela, me sacrificarei para que ela seja feliz.

 

Mas gostaria de lhe dizer uma última coisa. Quem sabe ela possa ler esse diário de alguma forma um dia. Só queria que soubesse que, durante toda a minha vida, amei-lhe, inclusive agora saindo da cena para ser feliz. Mas saiba que estarei a olhar por você nas noites frias e sombrias e saiba que estarei aqui por você sempre. Amo-lhe, a minha pequena princesa Maharani. Beijos do seu único Zeus da Rússia, o solitário vampiro…

 

 

 

 

Solitário vampiro

Em

Amor de filhos

 

 

 

Andei sozinho nas noites, esperando o dia em que reviveria o meu amor em sua próxima existência. No entanto, nem toda a minha existência foi dessa maneira. Quando era um feiticeiro, era cercado pelos moradores da minha vila. No entanto, quando me tornei o que sou, precisei-me isolar em meu castelo, pois as pessoas não estavam preparadas para ver minha verdadeira forma.

Relatarei as histórias dos meus dois filhos. Embora seja verdade que um vampiro não pode conceber um descendente, é preciso considerar que isso não significa que eles não possam ter um filho; é possível criar uma criança, mesmo que ela não seja da sua linhagem.  Certa ocasião, encontrava-me numa fortaleza quando, ao abrir a porta, deparei-me com uma criança esguia, frágil e encharcada, tremendo de frio, me olhando com profundo medo e sofrimento, como se eu fosse uma aberração. Ele sussurra sem hesitar: “Tenho fome e frio. Por favor, me ajude.” Ao terminar de falar, desmaiou. Rapidamente o segurei nos braços e o levei para um dos cômodos, deitei-o e, nos próximos quatro dias, o atendi.

No quinto dia, aquele rapaz abandonou o seu cômodo e foi até onde eu estava, com um olhar mais calmo, demonstrando sua verdadeira natureza humana, e, humildemente, me abraçou, dizendo: “Agradeço por tudo… Sem emitir um juízo de valor sobre o que percebia a meu respeito, perguntei-lhe, com rudeza: “Você tem consciência de quem sou eu? Não tem medo de mim… Ele, com um sorriso, respondeu: “Por que temeria o senhor? “O senhor foi o responsável por mim…” Aquelas palavras foram como um golpe para mim, fazendo-me ajoelhar e chorar na frente de um ser que nunca pensei que compreendesse a minha verdadeira essência. Sem titubear, ele me abraçou e disse que seria muito grato se tivesse um pai como eu. Nesse instante, tomei a decisão de cuidar dele como se fosse meu filho.

A partir daquele dia, passei a ensiná-lo tudo o que sabia sobre a vida, até que ele tivesse força suficiente para prosseguir. Digo com orgulho que seu nome e a suas conquistas são conhecidos mundialmente. Sultão Alexi Marek, também apelidado de: O Soberano dos Morcegos e das Sombras. Ele é um dos Cavaleiros que vêm com as nuvens de chuva, o som dos cascos no céu. Quando atingiu a plena maturidade, aos 25 anos, no seu auge, pediu-me para o deixar eterno e, é claro, não poderia negar a um filho tão perfeito.

Um dia, estava nos meus aposentos quando meu filho, com sua sutileza de sempre, quase arrancando a porta a cada batida, veio me dizer que uma mulher apareceu em nosso castelo para pedir ajuda a um velho amigo. Tão longo fui até lá e de repente me deparo com uma pessoa que não a havia visto há muito tempo: Maud Belmont, também conhecida em algumas partes do mundo como A Fome da Sibéria. Ela é uma feiticeira de magia negra e antiga que flutuava livremente acima de todas as outras. Aparentemente fraca e sem forças para falar, ela puxou-me e sussurrou: “Cuidar da minha filha como se fosse sua, pois não tenho mais forças para lidar com este mundo.” Ela desapareceu em uma densa névoa negra, deixando apenas uma menina de pele branca como a neve, olhos esverdeados e cabelo ruivo. Sentimentos de ódio e medo são visíveis em seus olhos. Além disso, mais uma vez me vi no papel de responsável por aquele ser que não tem a menor ideia do que é, pois, a sua mãe é uma poderosa bruxa.

Ensinei a minha filha tudo que sei, com Alexi Marek. Somos um trio poderoso, e assim como Alexi, tenho orgulho de minha filha e de seu nome: perola Belmont, a assombração da Sibéria que se alimenta das criaturas evitadas pelos homens.

Tenho filhos pelo mundo afora que me ajudam a encontrá-la em qualquer encarnação. Com o amor incondicional deles, deposito mais confiança na humanidade. Se precisar de ajuda, pode me procurar que irei acolhê-lo(a) da mesma forma que acolhi os meus filhos…

Sultão Alexi Marek (Jose Carlos Gabriel)

Maud Belmont (Mara Santos)

Perola Belmont (Maria Eduarda)

Solitário Vampiro

Em

Amor e suas diferenças

Tive outros amores, mas ninguém me assombrou depois de 130 anos, como ela fez. Durante a minha visita ao meu oráculo, ela disse que tivemos um amor, mas que devido às nossas diferenças não possam continuar. Mas ela disse que, para o amor verdadeiro, nada é impossível — só depende dos dois conversarem e relembrarem o nosso amor.

Hoje vou relatar a história de uma mulher bonita, com longos cabelos prateados e uma face angelical. Contudo, em certos instantes, a sua expressão demoníaca revelava o desejo pelo meu corpo. Caminhava nas ruas, pensando em minha vida, quando o meu instinto percebeu perigo e entrei em modo de batalha. Vampiros temos muitos inimigos e todos eles nos querem mortos, mas só os lobisomens são capazes de nos matar. É um ser lendário, que se transforma em lobo ou algo parecido, nas noites de lua cheia. Então preparei-me para a luta e meus instintos diziam haver um bem perto de mim. Apesar de ser uma noite clara e eu ter uma boa visão, não conseguia enxergar nada além de uma mulher bonita sentada em um banco, chorando. Então me aproximei cautelosamente, pois meus instintos diziam que ainda havia perigo.

Ao me aproximar, ela indagou com a voz trêmula — Afaste-se, mantenha-se longe de mim, se se aproximar mais, terei que te matar… pensei que ela não tinha percebido que eu era um vampiro, então falei que se ela quisesse-me matar, que entrasse na fila. Ela riu e eu perguntei o que tinha de tão engraçado. Ela disse que eu era engraçado para um vampiro e que tinha dois monstros aqui: um sanguessuga e uma matadora de sanguessugas. Disse para eu ir embora se eu nada tinha para fazer. Sinto uma presença familiar, um cheiro de cão sujo, e, no final, surge a figura do vira-lata com sua voz rouca e risada estridente, dizendo: - Ethel, é isso com o que você andou se envolvendo, parabéns, infelizmente, esse monstro eu já conheço. Logo antes de ele terminar de falar, eu descobri o nome dela por meio deste miserável. Respondi-lhe: a nossa última conversa não foi o bastante para te deixar em silêncio. Além da sua mãe, quem mais devo matar agora? E, antes que eu pudesse terminar minhas palavras, ele se aproximou de mim com toda a força, apenas com a intenção de me matar.

Após horas lutando, eu derrotei-o com um golpe. Senti a mão de Ethel no meu ombro, ela disse ser a hora de voltar para o grupo. Não entendendo o que estava acontecendo, soltei-o como se fosse um saco de batatas. Ela o ajudou a levantar e o levou embora. Enquanto seguia seu caminho, olhava para trás, como se não quisesse ir, mas estava sendo obrigada a fazê-lo pelo grupo.

Passei a não ter notícias dela e a procurar por todos os lados, até em lugares que não me permitiam estar, só para ter algo para me apegar. Questionei-me porque me importar com ela, já que somos de espécies diferentes, mas continuei a procurá-la. Um dia, em meu castelo, senti a presença de um humano que não apresentava perigo. Recebi-o cordialmente e havia uma carta para mim.

“Estimado Zeus, sou Ethel, com as garras cinzentas. Venho por meio do meu humano de estimação para te entregar esta carta e dizer que me afastei do meu bando. Gostaria de nos encontrarmos em meus aposentos, na Rua Rei Voo, número 400, às 8 da noite, para podermos conversar…

Observação. Exerça cautela, pois é uma área onde habitamos em grande número…

Atenciosamente, Ethel “

Sem pensar nas consequências, fui até ela. Ao vê-la, senti uma sensação agradável. Apesar de ser o meu pior inimigo e de todos os vampiros da história, naquele momento só queria abraçá-la como nunca tinha feito contigo.

E ali começava o que seria impossível em nossas existências: um romance entre dois seres, completamente distantes e com estilos de vida divergentes, que nunca poderiam se cruzar em uma lua cheia. Mas ela sabia disso e, ainda assim, estava disposta a arriscar, mesmo nos piores momentos.

Nesse momento, começava um grande amor que romperia barreiras. Eu sentia-me mais forte ao lado dela e, ao que parece, ela também se sentia assim. Juntos, éramos invencíveis. Ah, o amor! O amor não tínhamos que nos segurar com nossas forças descomunais, pois nada acontecia com nossos corpos nus, era um amor violento, cheio de puxões de cabelo, mordidas, garras afiadas cravadas em nossos corpos, orgasmos de memoráveis. Os locais sem qualquer pudor, como igrejas, casas abandonadas, ruas desertas, na carruagem em público, não importava o lugar. Mas precisava ser com ela e não com mais ninguém. Tivemos um amor apaixonado, horas de conversas, beijos românticos — o nosso amor era tão grande que até mesmo William Shakespeare invejava.

Vivemos por 60 anos lado a lado e sempre com a mesma paixão. No entanto, como nem tudo é perfeito, tivemos os nossos momentos de instinto selvagem, de descontrole de nossas naturezas. Eu amava-a como não havia amado meu primeiro amor. Às vezes eu tinha que caçar para me sustentar e ela não aceitava. Isso deixou marcas em nosso amor. Sei que fiz o que tinha que fazer, mas ela achava que eu estava equivocado, pois era minha essência ser assim. Ela podia sair durante o dia para ver coisas que eu nunca poderia ver, como o nascer ou o pôr do sol. Tinha que me dividir para vê-la e caçar.

Certa noite, após as minhas caminhadas, a avistei ao longe, junto a outro homem, em uma taverna. Perdi o controle ao ver aquilo, mas, quando me aproximei, o meu humor acalmou-se e então pude entrar na conversa como se nada tivesse ocorrido. Ela e o humano arregalaram os olhos. Se soubesse que ela era uma fera, não se meteria, pois ela só estava esperando para despedaçá-lo até as últimas entranhas de seu corpo frágil. Levei-a para casa, desculpando-se pelo caminho, e beijamo-nos, nos abraçamos e agarramo-nos como sempre. Parecia que não existia mais brigas ou desentendimentos, somente duas pessoas que se amam.

Descobri que teve outro encontro com aquele humano e brigamos de novo.

Eu pegava-a na fábrica de chocolate onde trabalhava à noite, e lembro termos boas memórias ali, principalmente no estoque. Ela conseguiu um emprego melhor na prefeitura, mas brigávamos muito, até que um dia eu cansado das brigas, resolvi ir embora, pensando que ela já não me amava. Fiquei em meu covil sem sair por dias, até que um dia recebi uma carta de uma pessoa próxima a ela, querendo-me encontrar para conversar sobre a Ethel.

Ao chegar ao local, a pessoa se aproximou e disse que Ethel estava doente e precisava-me ver para se desculpar pelo mal que me havia causado. Prometi a essa pessoa que a iria visitar. Mas as nossas desavenças me deixaram com feridas que nunca cicatrizaram e sei que, naquele momento em que a vi, não fui justo em meu julgamento e isso machucou-me por dentro em diversos lugares, de tal forma que nem me lembro mais onde estão os pedaços. Então a afastei de mim, amando-a muitíssimo, e com o decorrer do tempo descobri que ela voltou para o seu grupo e acabei caminhando sozinho outra vez, mas o que aconteceu depois da Ethel na minha vida fica para outra narrativa.

Mas queria-lhe dizer, Ethel, que me perdoe. Queria que soubesse que, onde quer que esteja, sempre estarei aqui para protegê-la e observá-la. De alguma forma, o meu amor por você permaneceu forte por todo esse tempo e, agora, os meus sentimentos estão ainda mais intensos.

                                                            As nossas diferenças não são importantes, pois o nosso amor é mais forte.

                                                                                                                                         Beijo Zeus da Rússia

.

bottom of page