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Solitário Vampiro

em

Amor perfeito

                                                                                                                

 

 Durante toda a minha vida, procurei o amor ideal e, quando o encontrava, deixava-o escapar. Aqui estou eu, mais uma vez, mergulhado em meus pensamentos profundos e sombrios, mais uma vez deixei-a abandonar-me…

 Vim até vocês para contar uma história que faz parte da minha vida. Recentemente, conheci Victoria de Prestante, em alguns lugares do mundo conhecidos por serem assombrados pelo Extremo Oriente. Ela é inteligente, sábia e astuta. Na verdade, a conheci como Michele Duquette, uma mulher conhecida em alguns lugares do mundo como deusa dos cavaleiros da tempestade. Eles são grandes guerreiros que sempre procuram recriar as maneiras do passado.

 Não esperava que Victória fosse quem eu procuraria a vida toda. deixei-me seduzir por ti, sem perceber quem eras, e logo senti o teu corpo arrepiar. Sem resistência, sinto teu corpo suspirar, mas nos olhos vejo o medo que minha aparência lhe traz. Com um beijo, nos entregamos sem pudor e terminamos a noite em uma calorosa conversa, que nos rendeu inúmeras cartas até chegasse o nosso próximo encontro. Após inúmeras cartas, o nosso encontro finalmente aconteceu, e foi tão incrível quanto o primeiro. Mas, quando fui procurá-la, ela me disse com palavras frias e sujas que aquilo havia sido um erro e que ela estava muito feliz com seu amado companheiro, o sortudo Thibaut Jardinenses, conhecido em algumas partes do mundo como Rei de barcos voadores. Esta entidade não tem conhecimento algum sobre a luz.

 Sem conhecer o caso, eu queria-me inclinar diante de Victoria para pedir desculpas pelo meu desrespeito e pelo seu amado. Tudo o que eu sentia era desprezo e ódio. Mas, dentro de mim, tinha a sensação de que havia mais do que suas ações. Por isso, sofri calado, sempre que estava na sua presença, com um aperto no coração, me silenciando para não gritar por amor. Apenas me mantinha ocupado quando estava longe dela, até que um dia tive a oportunidade de me revelar a Thibaut. curvei-me diante dos seus convidados e sentei-me à sua frente. Sem muitos formalismos, começamos a conversar e logo percebi ser uma pessoa simpática. Mas, ao ver Thibaut ao lado da sua Victória, percebi que não queria ser seu amigo, e sim seu desafiante.

 Mas, diante da beleza de Victória, não pude fazer nada, a não ser permitir que Thibaut me aborrecesse com uma longa conversa. Ao longo do tempo, percebi que precisava-me preparar para a renovação, então dormi por um longo período para renovar minhas energias. Acordei de um longo sono e fui peregrine ar por uma terra bonita chamada Buenos Aires. Uma terra romântica, que lembra as europeias, com construções antigas e tabernas agitadas. Mas meus pensamentos ainda estavam em Victória. Em Buenos Aires, conheci Patricia Du Coudray, uma mulher importante em minha estadia, que, injusto da minha parte, não respondo mais as suas cartas.

 E finalmente retornei ao meu lar, depois de um tempo de mudança. Encontrava-me na taverna com amigos que, ao longo do tempo, sempre estiveram do meu lado na difícil jornada de lidar sem Victoria. Assim como Remi Rousseau, conhecido em algumas partes do mundo como o bispo da Rússia, deste vampiro que os grandes arquivos registam: dizem que, quando os americanos bons morrem, vão para Paris, a cidade da luz. Os maus também me ajudaram em diversos momentos de desespero, mas ainda havia mais por vir. Uma vez, eu, Rémy e uma amiga fomos a uma festa que estava acontecendo perto da minha taberna. Como não conhecíamos muitas pessoas ali, fiquei olhando em volta. Foi quando o meu descuido me fez encontrá-la... Oh! Tão linda quanto o teu nome, pois se a tua beleza pode ser descrita pelo teu nome, então sempre te chamarei de Victória. No entanto, temendo a sua recusa, afasto-me. Embora possa vê-la com meus olhos apaixonados de onde estou, parto sem dizer nada. Na noite seguinte, envio-lhe uma carta. Recebo a resposta com a mesma celeridade com que a enviei. Enquanto penso que poderia ser impossível estarmos juntos, vejo-me ao seu lado, amando-a como se nada mais existisse. Tive a oportunidade de conhecer sua irmã de coração. 

Audrey Blanchard, apelidada em algumas partes do mundo como irmã dos demônios menores e jurada para ser mais antiga do que o diabo, sempre foi aconselhada por Victória. Nunca entendi o porquê, mas me sentia no direito de protegê-la também.

 O nosso amor era demonstrado através de beijos e abraços, cada dia mais intensos. Mas eu não posso esconder meu passado nem o que sou, por mais que eu mude, algumas coisas vão me atrapalhar, pois faço parte da natureza humana. Certa vez, eu e Rémy estávamos passeando pelas ruas escuras e, quando falei com ela, menti dizendo estar na minha taberna. Mas ela sabia que eu não estava lá e, com toda a razão, me disse adeus…

 Meu histórico sempre irá-me perseguir, assim como meus erros e falhas, mas nunca deixarei de te amar por conta dele…

                                                                                              Solitário vampiro




 

Solitário Vampiro

Em

Inicio Parte final

 

Em um longo tempo de estudo concluo que não tem esperanças para ela, então penso a matarei com minha espada? Sem ter ação, passo o tempo olhando-a. Ela é doce como um anjo, tão bonita que meus sentimentos por ela crescem.

Sendo assim, permito que se alimente de meu sangue. Sendo um homem adulto, acho que suportarei isso, pois já perdi muito mais sangue em batalhas do que ela poderá sugar. Lembro, das minhas leituras, que os recém-mordidos não podem ter contato com o sol. Então, prontamente, fecho todas as janelas.

No escuro, preparando remédios para a aldeia, sinto frio e um arrepio. São seus braços entrelaçando em volta do meu corpo e, num sussurro, ela diz “-Estou com fome”. Já esperando, inclino a cabeça para o lado e digo “-Seja rápida para que eu não sinta”. Ela não hesita e morde-me. Sinto como se duas agulhas perfurassem meu pescoço, sugando a minha vida. Ao terminar, ela me agradece com um beijo e logo caio num sono profundo.

Ao despertar, percebo que estou só. Olho ao redor e não a vejo em parte alguma. Então, ouço batidas na porta e corro na esperança de que seja ela. Mas era o vigia da aldeia perguntando se tudo estava em ordem? Enquanto dormia, ele havia entrado em minha casa e presenciado a mulher mordendo meu pescoço. Na sua fúria, a matou sem piedade. Naquele momento já não conseguia me segura sentia fome e raiva, então como uma força descomunal lhe agarro pelo pescoço e o levanto do chão, assustado ele começa a gritar por socorro, mas ninguém parece ouvi-lo, então o arrasto para dentro de minha casa e sem arrependimento nenhum lhe mordo no pescoço. Após extrair todo o seu sangue e a sua vida, ainda não me sentia satisfeito, queria mais. Deixei a minha morada em busca de outra presa e, quando já estava alimentando-me da aldeia inteira, deparei-me com o meu eu interior lutando para sair. Ajoelhei-me num campo de batalha sujo de sangue e lutei para dominar meu corpo.

Ajoelhado, olhei para todos os lados para ver o que havia feito e, sem acreditar, fugi para bem longe, onde ninguém me conhecesse. Entrei no primeiro navio que descuidado e me escondi e, sem saber para onde iria, adormeci em meio ao estoque.

Passei a fazer parte da tripulação, conheci capitães e seus filhos e netos, até que um dia decidi ir em busca de uma nova vida. Senti que seria a última vez que veria os meus companheiros vivos e, algum tempo depois, descobri que o navio e seus tripulantes haviam sido abatidos por um navio pirata.

    Ao longo dos anos, fui me estabelecendo nas cidades, até que cheguei a uma cujo nome nem me lembro, e não consegui-me manter. Vivi então como um mendigo que ninguém se importava se estava vivo ou não, me alimentando de sangue de ratos e outros animais, na pobreza extrema. Certa noite, num beco, enojado da minha vida, vejo uma luz. É ela: linda, com cabelos negros, olhar sedutor e um rosto angelical. Ela aproxima-se, me acolhe nos braços e, com voz serena, diz: - Venha comigo, cuidarei de você. A partir daquele dia, a minha vida mudou e ficamos felizes até o seu falecimento.

Cada dia que passa fico ao seu lado, esperando você voltar ao mundo com uma nova existência.



Solitário vampiro

Em

Inicio 

Parte1

 

Tentar esquecer só me faz lembrar como tudo começou. É doloroso saber que abandonei tudo o que tinha para levar essa existência de isolamento…

 

Em 1732, na primavera, estava no auge da minha forma e era o mais perfeito dos magos. Era procurado por todos. Curava feridas e enfermidades, exorcizava as almas perdidas, ressuscitava crianças em tenra idade, auxiliava os amantes a encontrarem o amor de suas vidas, procurava ajudar da melhor maneira possível.

“Morava feliz na minha aldeia, rodeado da minha família, amigos e amores, quando ela chegou num dia nublado, gritando por socorro com uma criança nos braços.

— ““Por favor, alguém auxilie-me com esta criança”.

Jamais vista no nosso povoado, diversos habitantes se esconderam nas suas residências, temerosos daquela mulher. De repente, um guarda a abordou, com a voz trêmula de medo, devido à perturbadora cena.

“ — Peço-lhe que se retire, por gentileza. Está causando medo nas pessoas.”

 Ouço frases que me causam indignação saindo do quarto vizinho e, num impulso, pego um manto para cobrir meu corpo nu e vou até eles para ajudar mais um infeliz que pede por socorro.

“ — Como ousa negar ajuda àquela mulher e àquela criança, qual foi a educação que lhe deram?”

Falo à mulher com palavras amáveis e tranquilizadoras.

 ”—Por favor, traga-me a criança para que eu possa aplicar a medicação.” O guarda, suspeitoso, sussurra para mim.

” — Deixarei ela com senhor, mas se algo fizer a ti eu mesmo sem tua permissão a matarei.”

 Sensível à sua sinceridade, coloco a mão no seu coração e digo.

 “ — Amo-te como irmão, mas te matarei como um inimigo, não ouse entrar em minha casa sem permissão.”

Quando trago a criança comigo, sinto o corpo dela frio e a mesma sensação com a pele macia da mulher misteriosa. Fico pensando que talvez não seja somente a criança que esteja com problemas.

Ao deitar a criança sobre a mesa, sinto que algo está errado. Percebo que ela não está respirando e faço de tudo para que ela volte a respirar, mas não há nada que eu possa fazer. Enquanto isso, vejo feridas em seu pescoço. Parecem mordidas de um ser terrível. Ao olhar para o lado, vejo a mulher deitada sobre o tapete de pele de carneiro. Ela parece um anjo vindo de outro mundo. Então, acho uma pele de urso para cobrir o seu corpo e aquecê-la, já que está tão fria.

Fui depressa para o meu estudo e procurei uma explicação para aquelas feridas terríveis, em vão. Consultei os livros de anatomia e não descobri nada. Enquanto estava levemente distraído, deparei-me com um dos meus livros sobre criaturas negras. Seleciono um dos volumes e o abro no local desejado. Ele narrava sobre vampiros, mostrava imagens de feridas que se assemelhavam àquelas da criança que estava em minha casa. Além disso, dizia que, após algumas horas, a pessoa que parecia estar morta despertaria com uma sede de sangue descomunal, capaz de atacar qualquer ser vivo que encontrasse pela frente.

Aterrorizado com o que lia, não percebi o tempo que passava. De repente, sinto um calafrio. Olho e vejo que a menina não está mais sobre a mesa. Saio desesperado atrás dela, mas já é tarde demais. Ela, sem escrúpulo algum, está sobre o corpo da mulher sugando todo o seu sangue.

Lembro-me então das palavras lida a pouco, ao deparar-se com tal criatura horrenda, não hesite, atravessa-lhe uma espada no coração e arranque sua cabeça.

Então empunho minha espada e vou diretamente a ela, com ódio lhe perfuro sem piedade o coração, rapidamente tiro a espada e em um giro com a mesma lhe corto a cabeça.

A mulher começa a sofrer pelo fato de não ter mais sangue. A ergo nos braços e a conduzo para a sala de estudo. Rapidamente queimo a ferida com um ferro em brasa e, logo, ela adormece. Sem saber ao certo o que fazer, apanho meus livros, ansioso por encontrar uma solução que não implique em outro assassinato.

Continua…

 

Solitário Vampiro

Em

Emoções confusas

 

Devo arriscar novamente o coração num relacionamento ou permanecer sendo somente um amigo?

 

Da mesma forma que Marion de Santa Clara, que me faz sorrir com suas cartas, recentemente tive o prazer de conhecer Minerva da Hungria, que está sempre disposta a ajudar a quem precisa, sem medo de se divertir. Ela é tão bonita quanto a deusa romana que leva o seu nome, Minerva, dona da sabedoria e excelência.

Enquanto estava divagando, pensei em Marion. Ela costuma-me consolar com suas palavras e raras visitas discretas ao meu covil. Já Minerva é a porta-voz do artifício de curandeirismo. Os seus remédios tratam os doentes e suas palavras e dedicação curam os pecadores, como eu. Sinto-me bem ao seu lado.

Mas, se Marion pudesse me ouvir agora, ficaria com ciúmes. Peço desculpas, mas sinto falta de carinho de alguém que possa estar perto de mim, me abraçar, acariciar-me, me ouvir e, ao mesmo tempo, dizer claramente que tudo pode melhorar, depende apenas das minhas escolhas. Será que Minerva poderá ser a companhia que necessito?

Hoje minha querida Minerva está envolvida num relacionamento à distância, nas raras oportunidades que tenho de aproximar-me sinto uma profunda angústia vinda de seu coração como se pudesse sentir minha presença e quisesse gritar-me seus desejos mais profundos, a falta que sente de abraços, carinhos, forças e acima de tudo compreensão. Isso pode ser o motivo pelo qual a procuro nas noites de solidão, quando a lua não está visível e as estrelas não brilham através das nuvens, apenas com a chuva daquelas que molham a alma. Aqui estou eu, novamente, diante de um problema que me persegue: Minerva é mortal. Com isso, ocorre-me: terei a hipótese de torná-la minha para sempre? Ou assistirei novamente à perda de alguém especial.

Estou tão cansado de procurar! Gostaria de ter uma companhia para desfrutar das maravilhas que a imortalidade pode nos revelar, mas pergunto-me quando finalmente terei um descanso?

Como as respostas não surgem com a mesma facilidade que as perguntas, fico a caminhar e, em meus pensamentos, procuro encontrar soluções para os meus sentimentos confusos.

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Solitário vampiro

Em

Guerras

 

As pessoas são tão cruéis, sempre querendo ser melhores que os outros. Por que será?

 

Somos humanos, independentemente da raça, classe, religião ou sentimentos. Amamos, temos desejos e odiamos com a mesma intensidade. Precisaríamos evoluir bastante para podermos dizer que somos mais do que alguém, mas ainda assim seria possível considerar-se melhor do que o outro?

Acontecimentos bélicos são quotidianos em diferentes regiões do planeta, guerras devido às diferenças de classes sociais, de etnias, por amor excessivo ou insuficiente, por questões financeiras ou simplesmente por prazer de brigar. As guerras apenas trazem desventuras, muito é perdido... A amizade, a união, o amor, o abraço, o beijo ou um simples aperto de mão são momentos lindos, como uma nova vida, uma amizade ou uma nova paixão.

Somos criados por Deus, alguns de nós somos amaldiçoados pelas nossas escolhas, mas isso não me faz melhor que ninguém. Aceito que alguém que acabou de nascer possa me ensinar, pois acredito na troca de experiências.

Os líderes dos países lutam pelos seus objetivos pessoais e, consequentemente, são os cidadãos que sempre acabam pagando o preço, seja com a perda de um ente querido ou das próprias vidas. Aqueles que estão nas guerras não têm a certeza de que verão o nascimento dos seus filhos ou de que voltarão a abraçar seus entes queridos.

Aprovo as guerras que valham a pena e não tragam a destruição. Da mesma forma, lutar por amor, amizade, família e vida é importante. Acima de tudo, devemos lutar pelo bem-estar alheio.

“Basta de conflitos absurdos, vamos nos juntar para combater a fome, a injustiça e lutaremos pela tranquilidade, pelo afeto, pela amizade e, dessa forma, tentar ser seres humanos melhores.”

                                                                                                                          Solitário vampiro

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